«Os dados divulgados pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) deitam por terra as promessas do Governo [quanto à devolução, em 2016, de parte da sobretaxa]», nota o PCP. Em declaração pública realizada na segunda-feira, 3, Jorge Cordeiro, do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central, sublinhou, no entanto, que a desmistificação do embuste eleitoralista do PSD/CDS é apenas «a espuma da questão», uma vez que «a prática de engano do Governo» já «não constitui novidade».

Dois factos importa, por isso, realçar. O primeiro, é que «essa putativa devolução seria sempre na base de um novo e imenso assalto fiscal imposto aos trabalhadores e à população. Tratar-se-ia de devolver um chouriço depois de roubado o porco», sintetizou o dirigente comunista. Por outro lado, e talvez o facto mais significativo, prosseguiu Jorge Cordeiro, «é que um governo e uma política comprometidos com o aumento dos rendimentos dos trabalhadores e do povo, não pode deixar de inscrever como objectivo fundamental a anulação da sobretaxa a partir de 2016, e não em dois anos, como propõe o PS, ou em três anos, como fazem PSD e CDS». Tem, igualmente, de garantir «a devolução de tudo o que foi roubado», acrescentou.

A UTAO projectou, segunda-feira, que Orçamento do Estado para 2015 pode chegar ao final com um desvio de 660 milhões de euros na arrecadação de impostos, cenário que inviabiliza a promessa de PSD/CDS, anunciada com estrondo e simulador no portal das Finanças.